A Auditoria Financeira de Agências Federais nos EUA tem relação custo-benefício positiva e as lições aprendidas são aplicáveis ao Brasil

  • Tiago Alves de Gouveia Lins Dutra

Resumo

O artigo avalia a relação custo-benefício da implantação da auditoria financeira de agências federais dos Estados Unidos da América (EUA) desde 1990, quando foi editada a Lei Chief Financial Officer de 1990 (Lei CFO de 1990). Os principais indicadores avaliados neste trabalho foram: tempestividade, credibilidade e utilidade das informações financeiras para tomadores de decisão, bem como cobertura e custos das auditorias financeiras. A conclusão geral é de que as auditorias financeiras de agências federais nos EUA são eficientes. Em termos de custo, representam menos de 0,01% do orçamento federal e menos de 10% do orçamento total dos serviços de fiscalização do Governo Federal. Quanto aos benefícios, as auditorias financeiras ajudaram as agências federais a divulgar demonstrações financeiras tempestivas, completas e confiáveis. Desde 1996, todas as 24 agências federais de maior materialidade têm sido auditadas anualmente, o que representa mais de 95% do orçamento federal. Em 2018, receberam uma opinião de auditoria sem ressalvas 87,5% dessas 24 agências, 83% das despesas federais e 69% dos ativos federais. Esses percentuais servem de indicador da credibilidade das informações financeiras federais dos EUA. Todas as agências federais publicam suas demonstrações financeiras auditadas dentro de 45 dias após o final do exercício fiscal. Considerando que informações financeiras completas, tempestivas e confiáveis são mais úteis, as auditorias financeiras das agências federais dos EUA ajudam tomadores de decisão a economizar recursos públicos, em especial por meio de avaliações sobre sustentabilidade fiscal, custos de oportunidade de programas de governo e custo-benefício de agências federais.
Publicado
2021-03-19
Seção
Artigos