Restituição do produto do ilícito no processo de recuperação judicial e de falência

  • Marlon Tomazette
  • Débora Costa Ferreira
  • Nivaldo Dias Filho

Resumo

no contexto em que empresas envolvidas em esquemas de corrupção estão tendo seus pedidos de recuperação judicial deferidos, com consideráveis chances de haver convolação em falência, o presente artigo se propõe a analisar como deve se dar a restituição do produto do ilícito no âmbito dos processos de recuperação judicial e de falência, a partir do esclarecimento dos principais aspectos e efeitos do confisco sobre o direito falimentar, adequando-se os institutos da Lei nº 11.101/2005, sem afetar a coerência interna de sua sistemática. A partir dessa análise, conclui-se que o perdimento do produto do ilícito, que decorra imediatamente de sentença ou de ato negocial que transacione essa sanção, por representar verdadeira transferência de propriedade em favor do Estado, repercute na exclusão desses valores do âmbito de gerenciamento do juízo universal. Devem ser, portanto, prontamente restituídos, seja por meio do procedimento análogo àquele disposto nos artigos 85 a 92 da Lei nº 11.101/2005.

Biografia do Autor

Marlon Tomazette
Possui graduação em Direito pela Universidade de Brasília (1997), especialização em Curso de Formação de Procuradores Autárquicos INSS pela Universidade de Brasília (1997), especialização em Pós Graduação Lato Sensu Direito Processual Civil pelo Instituto Brasiliense de Ensino e Pesquisa (2000), mestrado em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (2007) e doutorado em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (2014). Atualmente é Procurador da Procuradoria Geral do Distrito Federal, professor titular do Centro Universitário de Brasília, Professor da Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e PROFESSOR do Instituto Brasiliense de Direito Público. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Privado. Atuando principalmente nos seguintes temas: Globalização, Direito Empresarial, Direito societário, Regulação privada e Internacionalização do Direito.
Débora Costa Ferreira
Mestre em Direito Constitucional no Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP. Graduada em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (2014) e em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília (2014). Possui especialização em Direito Constitucional no Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP (2015).
Nivaldo Dias Filho
Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná. Auditor Federal de Controle Externo-Área Controle Externo do TCU desde 2008. Trabalhou como Perito Criminal Federal da Polícia Federal.
Publicado
2018-12-04
Seção
Artigos